A recente implementação da nova plataforma digital pública para crédito consignado, ativa desde 21 de março, trouxe impactos significativos para as cooperativas. Embora o objetivo declarado seja modernizar o processo e ampliar a segurança e a portabilidade para os trabalhadores, a nova sistemática criou barreiras operacionais que excluem, na prática, centenas de cooperativas do país.
O principal entrave é a exigência do Código de Compensação Bancária (CBC) — um requisito que não se aplica à natureza jurídica das cooperativas. Com isso, muitas ficaram impedidas de formalizar novas operações, afetando diretamente seus associados e colocando em risco a continuidade de suas atividades.
Além disso, contratos vigentes vêm sendo ignorados na nova plataforma, permitindo que outras instituições capturem margens de crédito anteriormente acordadas com cooperativas. Isso compromete a previsibilidade, a segurança contratual e enfraquece a livre concorrência. O custo das operações também deve aumentar, já que novos intermediários foram inseridos no processo, reduzindo a competitividade das cooperativas.
As cooperativas cumprem um papel fundamental na inclusão financeira, reinvestem seus resultados nas comunidades e oferecem condições mais justas aos trabalhadores. Por isso, é essencial garantir sua integração técnica e jurídica nesse novo cenário digital.
Fonte: basicline sistemas (instagram)
